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INSALUBRIDADE: É um beneficio ou uma maldição?

  • Tiago Francisco M. Gonçalves
  • 16 de mar. de 2018
  • 3 min de leitura

“Você esta disposto a vender a sua saúde por R$ 191,00 reais por mês?”


É exatamente isso o que acontece quando um trabalhador recebe insalubridade.


Quando é recebido este adicional que varia de 10 a 40% sobre o salário mínimo o trabalhador muitas vezes sem saber esta vendendo sua própria saúde para a empresa que trabalha, ele esta recebendo para ficar doente.


O Brasil é o único país que paga insalubridade. A Insalubridade não é bom nem para a empresa, nem para o empregado. Uma empresa que paga insalubridade para seus empregados esta assumindo um passivo social confirmando que adoece seus empregados, além disso onera sua folha de pagamento com tal atitude mal planejada.


O ideal é que todo trabalhador tenha um ambiente de trabalho salubre que não prejudique sua saúde durante sua vida laboral. Existem diversos agentes ambientais que quando não são respeitados os seus limites de exposição na legislação brasileira, dão direito ao adicional de insalubridade, como por exemplo, calor, ruído, poeira entre outros. Porém as empresas devem ficar atentas, pois quando são fornecidos os equipamentos de proteção individual, exigido e comprovado o seu uso, pode-se descaracterizar a insalubridade podendo a empresa deixar de pagar este adicional, desde que comprove que o equipamento fornecido é eficaz, ou seja reduz a concentração do agente químico ou a intensidade do agente físico para abaixo de seu limite de tolerância.


O grande problema é que muitos trabalhadores gostam de receber a insalubridade, afinal não é nada mal um acréscimo de 10%,20% ou 40% do salário mínimo nos rendimentos ao final do mês. Porém a preocupação do trabalhador deveria ser primeiramente com sua saúde e integridade física, priorizando um ambiente de trabalho que não ocasione doenças.


Outro fato assustador é a falta de conhecimento de muitos empresários em relação a este adicional. Há empresas que pagam o adicional indevidamente, pois nem conhecem os valores reais dos agentes físicos e químicos do ambiente de trabalho, outras fornecem EPIs eficazes e mesmo assim pagam o adicional.


Podemos fazer uma conta simples para entender o custo da insalubridade. Considerando uma empresa que possui 100 trabalhadores que recebam um salário mínimo por mês cada, e que trabalhem em ambiente insalubre. Se adotarmos como base um adicional de 20% por mês, a empresa vai ter uma despesa mensal de R$ 19.080,00 , o que representa R$228.960,00 por ano, em 10 anos isso vai custar para a empresa quase dois milhões de reais sendo exato R$ 2.289.600,00 reais.


Este dinheiro poderia estar sendo revertido para melhoraria das condições de ambiente de trabalho da própria empresa. Porém muitos empresários estão mal informados quanto a isso.


Outro conflito empresarial é quando é retirado o pagamento do adicional de insalubridade, muitos trabalhadores se sentem prejudicados, na verdade quando isso acontece o trabalhador é o mais beneficiado.


Uma grande dificuldade para os profissionais de Segurança do Trabalho que trabalham em empresas multinacionais é explicar para os gringos que visitam as unidades no Brasil, o que é a insalubridade. É muito difícil explicar que em nosso país a lei permite comprar a saúde das pessoas, que pagamos para adoecer a nossa mão de obra, nossa força de trabalho, realmente muitos gringos não conseguem entender isso.


E quem leva a pior no final da conta é sempre o empregado que educadamente agradece pelo adicional, agradece por adoecer e muitas das vezes não quer abrir mão desse adicional.



Tiago Francisco M. Gonçalves

Higienista Ocupacional Certificado

Engenheiro de Segurança do Trabalho

Membro da American Industrial Hygiene Association (AIHA)

Membro da Associação Brasileira de Higienistas Ocupacinais (ABHO)

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